A Fast Company acabou de publicar um artigo no qual descreve uma situação complexa envolvendo Joan Donovan, uma ex-pesquisadora da Harvard University, e alegações de supressão de pesquisa sobre desinformação.

Donovan acusou Harvard de censurar e depois desmantelar sua equipe de pesquisa em desinformação, coincidindo com uma doação significativa feita por Mark Zuckerberg e Priscilla Chan. A equipe de Donovan estava investigando os “Facebook Files”, documentos internos do Facebook que revelavam danos públicos associados à plataforma, como radicalização, animosidade racial e impactos negativos na saúde mental de adolescentes.

Joan Donovan, então diretora de pesquisa do Centro Shorenstein sobre Mídia, Política e Políticas Públicas, fala remotamente durante uma audiência do Subcomitê de Privacidade, Tecnologia e Lei do Senado, no Capitólio, em 27 de abril de 2021, em Washington. A proeminente estudiosa de desinformação, que deixou a Universidade de Harvard em agosto de 2023, acusou a escola de silenciar sua fala e sufocar — e depois desmontar — sua equipe de pesquisa enquanto ela iniciava um mergulho profundo, no final de 2021, em um conjunto de arquivos do Facebook que ela considera os documentos mais importantes da história da internet. (Al Drago/Foto de Piscina via AP, Arquivo)

A Harvard Kennedy School, por sua vez, rejeitou as acusações de Donovan, negando qualquer interferência de doadores ou tratamento injusto. A escola afirmou que as ações de Donovan não eram apoiadas por um membro do corpo docente, uma exigência para projetos de pesquisa na instituição. Apesar de não terem recebido parte da doação de Chan-Zuckerberg, que foi destinada a uma iniciativa de inteligência artificial em Harvard, a universidade finalmente liberou um arquivo dos “Facebook Files”, embora com algumas redações sugeridas pela Meta (anteriormente Facebook).

Donovan, que foi contratada pela Harvard em 2018 e liderava o Projeto de Pesquisa em Tecnologia e Mudança Social, alegou que sofreu obstruções em seu trabalho, incluindo limitações na contratação de pessoal, na realização de conferências e no lançamento de um podcast. Ela alegou que essas restrições foram impostas para não elevar seu perfil público. Após a não renovação de seu contrato, Donovan recusou um pacote de indenização, sentindo que aceitá-lo seria cumplicidade.

Além disso, o artigo destaca a importância da pesquisa de Donovan no contexto das eleições de 2024 nos EUA. Ela havia arrecadado fundos significativos para conduzir suas pesquisas até essa data. A situação levanta questões críticas sobre a liberdade acadêmica, a influência corporativa em instituições educacionais e a ética em pesquisas relacionadas a grandes empresas de tecnologia como o Facebook.

O caso ilustra a tensão entre interesses acadêmicos e corporativos, especialmente quando grandes doações estão envolvidas. Reflete também a crescente preocupação com a desinformação nas redes sociais e seu impacto na sociedade, especialmente em períodos eleitorais. A história de Donovan na Harvard é um exemplo de como a pesquisa acadêmica pode ser impactada por fatores externos, o que suscita um debate importante sobre a integridade e a independência da pesquisa acadêmica no cenário atual.

Fonte: Fast Company

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