Mas isso não é uma notícia catastrófica. É só uma nova forma de encarar o trabalho. Entenda.

A tranquilidade de muitos profissionais foi desafiada após a divulgação de um estudo britânico que indica um futuro com tintas de ficção científica: entre 10% e 30% dos empregos podem ser alvo da automação e inteligência artificial (AI).

No ambiente dinâmico do marketing, storytelling e na produção de conteúdo para marcas, essa previsão impulsiona uma onda de incertezas — seriam os criadores e estrategistas criativos suscetíveis à crescente maré tecnológica?

Esse recente estudo tomou de assalto o debate sobre a relação entre humanos e máquinas no local de trabalho, particularmente no que tange às disciplinas que requerem um toque humano inconfundível. Mas como isso realmente se aplica ao campo do marketing de conteúdo? Será que redatores, designers e estrategistas terão de disputar suas cadeiras com algoritmos sofisticados e robôs que aprendem?

Vamos nos aprofundar nesse estudo e explorar como a AI pode afetar os profissionais da área criativa. Acompanhe-nos nesta análise e descubra se o futuro reserva mais uma ferramenta em seu kit ou se você deve se preocupar em defender seu terreno no mundo do conteúdo.

O Panorama Atual: I.A. na Indústria Criativa

Inteligência artificial não é mais território exclusivo de laboratórios de ponta ou o enredo principal de um blockbuster de Hollywood. Ela se infiltrou como uma valiosa assistente em diversas frentes de trabalho, inclusive na indústria criativa.

Softwares como o ChatGPT, MidJourney, RunAway e ElevenLabs, que são capazes de escrever textos, imagens, áudio e vídeo – compondo desde e-mails a artigos e criaçoes complexas -, iniciam a conversa sobre o que a IA pode e não pode fazer. No entanto, a pergunta de ouro é: até onde a AI pode chegar no campo da criatividade?

Marketing e Storytelling sob o olhar da A.I.

No marketing de conteúdo e storytelling, o impacto da AI pode parecer menos direto. Fala-se de uma habilidade quase mística: a capacidade de contar histórias que envolvam audiências, cultivem identificação emocional e movam o público à ação.

Porém, o desenvolvimento acelerado de tecnologias de processamento de linguagem natural (PLN) e algoritmos de aprendizado de máquina (machine learning) colocam essa percepção em cheque. Pelo menos, a sua parte mais processual e repetitiva, como coleta de referências e sumarização de grandes quantidades de conteúdo, tarefas para as quais as atuais LLMs (nome técnico do modelo de linguagem que algumas das soluções mais famosas utilizam), são ideais.

Aliás, esse é o ponto de criação e origem da Sinapse, a nossa solução para uso de A.I. e Automação para Gestão de Conteúdo. Descobrimos diversas formas de agilizar a produção de conteúdos para marcas de todos os segmentos. Confira a página especial do serviço!

O ponto de vista da criatividade

Um dos principais argumentos contra a ameaça da A.I. à criatividade humana é a sua suposta incapacidade para a genuína inovação e contextualização emocional. As nuances sutis do comportamento humano — piadas internas, o encanto dos contos e a poesia que toca fundo em nossa condição — são consideradas, até o momento, distantes da capacidade AI.

Então, quando se olha para o estudo em questão, deve-se ponderar quais aspectos do trabalho criativo em marketing podem ser efetivamente automatizados, e quais continuam a necessitar da mão humana.

A seguir, trouxemos alguns cenários possíveis.

A interação homem-máquina na Produção de Conteúdo

Há um crescimento nas operações cooperativas entre homens e máquinas no campo da produção de conteúdo. A AI vem sendo usada para análise de dados e geração de insights, agilizando pesquisas e até sugerindo tópicos com base nas tendências e no comportamento do público-alvo.

Essas ferramentas deixam profissionais livres para se concentrarem na criação de narrativas mais profundas e engajadoras. Este post, por exemplo, nasceu de uma grade de conteúdo gerenciada por nós no Notion, que se conecta com nossa solução de automação e devolve posts base prontos para a revisão.

Automatização x Autenticidade: existe equilíbrio?

Uma questão importante levantada pelo estudo é até que ponto a eficiência da automatização pode compensar a autenticidade que apenas seres humanos oferecem. Marcas bem-sucedidas sabem que clientes não se conectam simplesmente com fatos, mas com as histórias por trás deles — algo que, embora possa ser imitado por uma AI, é profundamente humano em sua essência.

Ferramentas de AI são para auxílio, não substituição

Os mais otimistas argumentam que a AI deveria ser vista como um complemento, e não substituição do trabalho humano.

Softwares que utilizam AI podem realizar tarefas repetitivas e laboriosas, liberando os profissionais criativos para se dedicarem a aspectos de maior valor agregado, como a estratégia de conteúdo e o desenvolvimento de relações genuínas com a audiência.

Existe emprego ameaçado por A.I?

Com relação à parte de execução, como a otimização de mecanismos de busca (SEO) e análise de performance de conteúdo, a susceptibilidade à AI parece ser maior, já que essas áreas se beneficiam muito da velocidade e precisão do processamento de dados.

Como fazer para reduzir esse risco? Pessoas cujo trabalho envolve a resolução criativa de problemas, pensamento crítico, habilidades interpessoais e empatia têm um risco menor de serem substituídas pela AI. Marketing de conteúdo e storytelling dependem fortemente dessas competências, inclinando a balança a favor de um cenário no qual a tecnologia AI atua mais como uma ferramenta do que como um substituto.

Profissionais do marketing de conteúdo podem adotar uma postura proativa frente a este cenário, buscando compreender as capacidades da AI e como elas podem ser aplicadas para melhorar seu próprio trabalho. Em vez de encarar a AI como uma ameaça, pode-se enxergá-la como uma oportunidade para aprimoramento.

O futuro é pós-humano ou pós-medo?

A resposta, por ora, parece ser uma mescla criativa dos dois. O estudo do Reino Unido lança luz sobre o potencial disruptivo da AI, mas também remete à necessidade de uma avaliação honesta sobre como as habilidades essencialmente humanas podem ser preservadas e fortalecidas em um mercado cada vez mais orientado pela tecnologia.

O conto do emprego perdido para a AI não é um enredo fechado. Em vez disso, é uma narrativa em evolução, que se desdobra cada vez que um contador de histórias se une a uma máquina para alcançar um público maior e de formas nunca antes imaginadas. Como em toda boa história, o desfecho ainda é incerto, mas o percurso promete ser repleto de aprendizado e inovação em cada virada de página.

Como profissional de marketing de conteúdo ou storyteller, é essencial manter-se informado e adaptável às mudanças trazidas pela inteligência artificial. Há uma oportunidade de se posicionar como um parceiro valioso da tecnologia, e não um concorrente.

Desenvolver habilidades que complementem a automação é fundamental. Sempre será necessário um humano para programar, interpretar e engajar com o conteúdo que a AI ajuda a produzir. Portanto, valorize sua criatividade, mantenha sua aprendizagem contínua e esteja pronto para liderar essa nova era de parceria entre homem e máquina.

E você, qual a sua opinião humana sobre tudo isso? Conte para nós!