A chegada de novos consumidores, consolidação das ferramentas e hábitos de compra on-line, a crise. O quadro não poderia ser mais desafiador para quem, de um lado ou de outro do balcão, produz o que quer que seja, para o e-commerce brasileiro.

Mas, quando o assunto é conteúdo, tudo parece mudar. Clientes e profissionais vivem às voltas com os desafios de atender a seus briefings e metas, querendo sim, produzir conteúdo relevante e valioso, mas esbarrando aqui e ali com particularidades. Particularidades essas que não só mudam de segmento para segmento, como de marca para marca e, claro, de produto para produto.
No imenso caldeirão das possíveis técnicas de produção de conteúdo para o e-commerce, podemos adicionar pitadas de conteúdo colaborativo, qualidade de produção, multiplataforma, simplicidade, avançadas técnicas de SEO… enfim. Vários itens que, em nossa primeira série de posts no RTRBlog, serão tratados a seu tempo. Como peça de confronto inicial, optamos por falar do principal deles, omitido da lista anterior por puro estilo e gosto pelo suspense: o Mix de produtos.

Fique de olho no MIX

O mix de produtos em sites de e-commerce, a grosso modo, pode ser entendido como o menu principal. Descontando aqui o fato de você estar prospectando ou trabalhando para um portal horizontal ou uma start-up vertical (que venda apenas Bonsais, por exemplo), é o mix que vai orientar o detalhamento de seu texto, o tom através do qual vai unificar os conteúdos e, óbvio, ele será seu briefing mais confiável.

Este último detalhe é o mais importante para toda a serie e a ideia central deste primeiro post: você só deve falar sobre aquilo que o site vende ou vai vender. Se em um post do blog institucional (ou promocional) da marca, por exemplo, você tiver que citar modelos de câmera digital não vendidos pelo site, busque outra alternativa, ou até mesmo sugira uma mudança de briefing.

Para continuarmos no exemplo, apenas uma exceção permite que você fure a regra: se você estiver trabalhando uma tendência futura. No caso da câmera digital, se ela for a primeira a capturar em 3D e ter 3 saídas HDMI, vale o risco. Do contrário é colocar azeitona na empada do concorrente.

Tom único, detalhamento por categoria

Uma vez avaliado o seu “menu de opções”, é importante trabalhar a criação  da “Linha Editorial”. Logo nas primeiras reuniões de projeto é importante ser definido o tom geral. Ele pode ser agressivo (ao estilo “O patrão está louco”), informativo, leve ou tradicional, “for dummies” ou avançado. Enfim, o projeto manda.

Um dado importante é que, mesmo considerando um tom único, cada categoria de produtos tende a puxar para um direcionamento específico. Por exemplo, é muito mais indicado ser detalhado e explicativo em um material para TVs de LED do que nos lençóis egípcios de 180 fios. Portanto, além da “Linha Editorial” mestra é preciso ter guidelines por categoria, de forma que os conteúdos gerados tenham a mesma cara e, o mais importante, a cara certa em cada situação.

Cuidado com contéudo gerado pelo usuário

O mix de produtos de sites de e-commerce nas redes sociais assume diversos formatos. Ele pode ser uma twittada com chamada para promoção, uma ficha técnica em um site de resenhas, um comentário no blog da empresa, ou no blog de um concorrente. Por até mesmo ser um vídeo no youtube, produzido por cliente seu e estimulado por uma promoção que você criou. Enfim, pode ser quase tudo.

O que não pode é acreditar que ele será só de quem DEVERIA tê-lo produzido. O mais importante é que, quando a produção do conteúdo não trabalha sob as rígidas leis do monopólio de produção (sic) tão em voga no séc XX, as marcas ganham mais quando aprendem a ouvir estas manifestações em vez de coibi-las.

Neste ambiente, um “unboxing” (vídeo mostrando o processo de abertura da caixa do produto) de um novo celular entregue por sua empresa no prazo tem um duplo valor: é conteúdo demonstrando uso e atestando a eficiência de sua logística. Isso, é claro, se o celular vendido for realmente bom e que sua logística tenha de fato cumprido o prometido.

Ah sim, sua empresa vai ouvir críticas (medidas nos segundos do twitter) no caso negativo para as duas questões.

Do lado de cá do balcão, marcas podem se resguardar de formas simples quando o assunto é conteúdo em redes sociais. A primeira coisa é estabelecer regras do jogo. Tem um blog? A política de comentários é mais importante do que o “Sobre o Blog”. Tem um Branded Channel? Verifique sua estrutura de produção, se está infringindo algum direito autoral. E, sobretudo, cuide para esta produção seja profissional. Dicas: estúdio, câmera “ok”, produtora competente por trás etc.

Conclusão

Produzir conteúdo para o e-commerce é uma tarefa medida no calor do varejo. Sua evolução é diária, seu retorno também. E mais: chega à casa das pessoas de forma pessoal e é consumido e repassado em segundos. Se você identificou pontos de semelhança entre este trabalho e o conceito de web em si, entendeu porque um complementa o outro tão bem.