Já abordamos duas questões: a relevância do mix e a importância de basear o conteúdo em uma situação real, como prova de compromisso com a realidade de seus clientes. Hoje, escapando um pouco para uma digressão teórica, invadiremos o campo da produção em si, analisando os possíveis formatos de conteúdo para e-commerce e sua relação com o “foco na simplicidade.”

A escolha de formatos.

A leitura dos posts anteriores pode ter dado a entender que, realmente, estávamos nos referindo apenas à produção textual, em blogs e sites, como única plataforma possível para a produção de conteúdo para este segmento.

O que acontece hoje é que grandes players, em busca de diferenciação, indexação e engajamento junto a seu público, têm investido em formatos diferenciados, como videocasts, podcasts e até produção de conteúdo pela própria comunidade de usuários, que são convidados a abrir novos produtos e experimentá-los, por exemplo.

Questão de maturidade

A escolha de um, alguns ou todos os artifícios disponíveis vai depender, obviamente, do orçamento disponível e da maturidade do mercado onde você está inserido. Um pequeno portal que vende material fotográfico para profissionais está bem mais alinhado com vídeos “unboxing” do que um atacadista de roupas de cama, por exemplo.

Pense primeiro, então, na maturidade e características de seu mercado. Avalie o quão digital ele o é. Ou, ainda, o quão suscetível a viralidade ele é. Vale lembrar que na avaliação desta maturidade encontram-se questões legais da prática daquele negócio em particular.

Quem é quem

Quanto mais madura sua marca estiver no ambiente digital, mais ousadas podem ser suas escolhas. Fazendo um corte puramente didático, seguem alguns formatos mais usuais. Organizamos aqui em ordem crescente de maturidade online. Ou seja, quanto mais estruturada a marca for para lidar com conteúdo (agência certa, equipe treinada etc), mais ela terá sucesso no tipo 4.

1. Resenha: Aqui se encaixam desde fichas técnicas até mesmo análises de especialistas convidados. É como todo mundo começa, o feijão com arroz.

2. Post: a ferramenta já consolidada para agregar conteúdos é o blog. E, seu protagonista é o post. Desnecessário repetir aqui o que já se falou sobre técnicas de produção de conteúdo. No entanto, cabe aqui um comentário…(trocadilho!). Na verdade, cabe aqui lembrar que o post é também composto por seus comentários (mais recentemente seus RTs). Isso influencia não só a produção (guiando o texto para gerá-los) como na gestão deste conteúdo, ou seja, mantendo equipes e processos prontos para moderar, liberar e responder aqueles que vierem.

3. Podcasts/Videos: Não raro, grandes players do segmento, têm seus próprios estúdios. Portanto, via de regra, a grande dificuldade não é de produção, mas de linha criativa. Isso porque a tendência que se identifica é repetir seus programas de televendas, com frases de varejo em uma infindável apresentação de features e tecnologias. Tem seu valor? Sim, mas não sempre. A busca aqui é por formatos mais ágeis, que estimulem a participação e a geração de respostas e comentários no mesmo formato.

4. Ações: As mídias sociais têm atraído não só investimentos crescentes mas atenção redobrada nos planejamentos e sugestões de agências e clientes. As possibilidades criativas vão do mais inusitado ao realmente criativo e o “povo”, adora. Vale aqui um cuidado especial com a gestão e criação de processos de medição e gestão de crise, sempre deixados de lado por players mais afoitos. A ação é 90% gestão de seus resultados. Olho atento a isso.

Isso tudo foi uma receita de bolo?

Claro que não. Fórmulas mágicas não existem e muito menos funcionam. Seu cliente, ou você, pode optar por criar apenas vídeos, buscando uma viralização por achar que sua marca está alinhada com esta estratégia.

Por outro lado, sua organização pode insistir em apenas ter fichas técnicas e focar no preço e na rapidez de entrega, alardeando estes diferenciais (que são na verdade commodities) pela mídia tradicional.

A escolha é sua e de quem o assessora. O que se tento aqui demonstrar é que, quanto mais madura sua marca estiver no ambiente digital, mais ousada podem ser suas escolhas.

Isso se você quiser minimizar os riscos e aumentar o retorno, é claro.